Como vim parar aqui

E porque quero ressignificar a palavra fracasso.

Durante sete anos, construí algo lindo, grandioso, valioso - e sinto muito orgulho disso. Uma startup que começou a mudar as regras de uma indústria inteira; modificando o padrão de consumo das noivas brasileiras.

Tive conquistas pessoais incríveis, como virar case do MIT e ser selecionada como empreendedora destaque em um programa do ex-presidente Obama. Misturei sonhos pessoas e profissionais. Trabalhei demais e não dar certo não era uma opção. Até ser.

Perdi tudo num sopro, num baque enorme e extremamente solitário.

Aí entra também quem gosta de te ver na merda

Tenho orgulho do que criei, além de aprendizados extremamente ricos. Só que vai acontecer de cruzar com pessoas que terão um pequeno (ou grande) prazer em esfregar bem na sua cara: Que. Você. Fracassou.

E eu não entendi por que, num belo dia, quando ouvi que tinha fracassado, isso meio que me tirou totalmente do prumo.

Eu odiei ouvir essa palavra. Eu não entendi muito bem e não concordei com nada: com o que foi dito, com o que senti, com a confusão que se instaurou em mim. Só que estava ainda tão derrotada pelas circunstâncias que me abati ainda mais e pensei: taí, sou uma fracassada mesmo.

Que ódio. Que baita mentira e minha trajetória tá aqui pra provar.

Mas quem disse que minha cabeça e baixa estima iriam cooperar? E nisso foram 3 anos tentando entender, me reestruturar, me fortalecer e, realmente seguir em frente.

É um processo, ainda tô passando por ele.

Eu fracassei em 2020. 

Como negócio. Como responsável por equilibrar minha vida pessoal e profissional. Como alguém que se achava muito esperta por colocar toda sua energia mental e vital - durante 7 anos - numa empresa que era a medida certa de como eu me reconhecia no mundo. Eu não tinha plano B. 

Não posso nem terceirizar a culpa. Eu sei que sou a única pessoa apta a tomar decisões sobre minha vida.

Se em 2013 eu dizia, junto com minha ex-sócia que, se algo não estava no Google, estava aí uma boa oportunidade de criar; uma década depois e uns estilhaços ainda navegando pelo meu peito são o ponto de partida do que, carinhosa ou equivocadamente tenho chamado de:

Um projeto literário sobre negócios que quer ressignificar o peso que a palavra fracasso carrega.

Eu estou há anos luz de onde estaria se não tivesse empreendido e fracassado.

Quero mostrar a força hoje invisível do que ficou pelo meio do caminho. Aonde se chega quando não se chega lá.

São essas histórias que vou contar por aqui.

Bem-vinda (o) à FailWise.

Quem escreve

Natalia Pegoraro, prazer!

Sou Relações Públicas e especialista em marketing por formação, trabalhei anos em agências de publicidade até começar a empreender.

Tive a startup que inspira este projeto por 7 anos, onde usei muitos chapéus e adquiri skills valiosas que não aprenderia em nenhum outro lugar. Empreender (de forma raiz como foi a minha) é estar sempre num lugar extremamente vulnerável e hoje quero me conectar e trocar com quem sentiu ou sente isso na pele.

Tive grandes reconhecimentos ao longo da jornada:

  • Fui selecionada como empreendedora destaque no Ylai, programa de empreendedorismo criado pelo então presidente Barak Obama e fiz um intercâmbio de 6 semanas nos Eua (Detroit, Washington e Dallas).

  • Fiz um ‘pitch’ para Richard Branson, um dos meus ídolos de negócios e ouvi que tem muita paixão no que falo.

  • Fiz um curso de inovação e liderança no MIT, virando case com o sistema de atendimento que eu desenvolvi e resultou em 0 - ZERO - reclamações online em todos os anos em que estive no negócio. Lembrando: éramos as únicas “loucas’ a ter coragem de vender vestido de noiva online.

    Gravando meu case com Erdin Beshimov, fundador do MIT Bootcamp.

Atualmente sou mentora de early-stage startups. Meu foco é em pitch, o quanto ele é uma fotografia atual do momento e maturidade da empresa e como consigo apoiar o empreendedor a acelerar algumas frentes a partir disso.

Mas pago mesmo minhas contas como product manager em Berlin - fiz transição de carreira aos 34 anos e com apenas 3 meses de preparo. Só cheguei neste lugar pela minha bagagem empreendedora e, spoiler, meus soft skills foram e são bem mais valiosos que os hard.

Nas horas vagas tenho 3 pequenas iniciativas, já que não consigo ficar parada, hehe

- FailWise - esta news. Aqui está o post inaugural, com meu enorme fracasso e o que sobra a partir dele. Se você se identifica e quer contar a sua história, me chama!

- PitchWise - hoje com foco em mentorias B2B em instituições como TecnoPuc, FGV Ventures e SeedMG. Dei uma pausa nas mentorias individuais - atualmente só vou fazer como prêmio pra quem indica esta news. Saiba mais aqui.

- Grupo de transmissão no whats onde envio semanalmente as melhores oportunidades de impacto para negócios - investimentos, eventos, editais (não é um chat aberto, só eu envio e não vendo nada lá não, faço porque gosto e quero retribuir à comunidade 😅)

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People

Ex-startup founder que por 7 anos revolucionou a indústria de casamento, foi case no MIT e reconhecida pelo presidente Obama. Só que não cheguei “lá”. Hoje sou product manager em Berlin, mentora de early-stage startups e escritora nas horas vagas.