7 cases que marcaram a FailWise
Uma merecida retrospectiva com muito, muito insight por minuto
Últimas histórias:
#26 | Uma decisão que matou a startup
#27 | Como um e-commerce morre
Tempo de leitura: 10 minutos
No. 28 — Fevereiro, 2025.
FailWise primeira edição do ano!
Depois de uma pausa para manter a sanidade mental desta humilde redatora de newsletter, voltamos.
Novo (a) por aqui?
Escrevo sobre empreendedorismo vida real e o que os erros ensinam - de forma prática e sem tabus. Me acompanhe para mais histórias que mostram o que dá (e o que não dá) certo nos negócios.
O começo
Depois de 27 cases inéditos, estou de volta com uma edição especial de resumão - o meu próprio vale a pena ver de novo.
Foram mais de 30 horas de entrevistas com founders corajosos e inspiradores, mais de 300 horas escrevendo, editando e refinando cada texto para trazer o que as falhas ensinam.
Só fracassa quem tem coragem de tentar; só se inova também. Por que, então, pouco se fala sobre? Se os dados não mentem e 8 (ou 9) a cada 10 startups fecham, para onde vai parar tanto aprendizado? Pois é, agora eles estacionam aqui.
E +3.500 pessoas (aqui e no LinkedIn) nos acompanham. É incrível!
Tô rica de orgulho. (porque $ ainda nada 🤣)
Enquanto o resto do mundo parece bem ocupado tentando vender fórmulas mágicas para você alcançar o sucesso rapidamente, te deixando apavorado (a) achando que só você ainda não chegou lá; eu proponho algo diferente: te ajudar a não cometer os mesmos erros.
Vou te contar uma verdade: se você evitar cometer os erros que aparecem por aqui, você já está à frente de muita gente.
Tire uns minutinhos e aproveite, que a edição tá boa! Prepare-se para se inspirar, refletir e, quem sabe, se identificar com algumas dessas histórias.
Ao final deste e-mail, você encontra uma lista com links com todos os 27 cases, vale dar uma conferida.
Deu de enrolação (é que estava com saudade, me empolguei no falatório).
Boa leitura!
#1: O Fracasso n’O Amor
Quem inaugurou esta newsletter fui euzinha, com meu fracasso após dar tudo para a startup que fundei e toquei por 7 anos. Saí do zero para faturar R$1 milhão… para voltar ao zero menos de dois anos depois.
Imagem de um dos nossos materiais institucionais.
O Amor é Simples foi uma marca de vestidos de noiva que revolucionou o mercado brasileiro. Crescemos rapidamente e mudamos a forma de consumo de uma indústria inteira — quem mais teria coragem de vender online uma das compras mais emocionais da vida de uma mulher?
Eu era tão obcecada com as clientes e em criar um atendimento impecável que não tive UMA ÚNICA reclamação nos sete anos em que tocava a área (em paralelo a muitas outras também, hehe).
Cheguei a virar case do MIT por isso.
(Aliás, se você anda com problemas de retenção e seus clientes estão insatisfeitos, me dá um alô que quero abrir agenda de consultoria exatamente neste gargalo.)
Três Insights:
A fusão entre identidade pessoal e profissional pode ser devastadora.
Produto físico sem compra recorrente é um desafio homérico, ainda mais sem escala.
Só operação não vale, precisa ter uma CEO focada em decisões estratégicas.
Um destaque:
“Empreender, infelizmente, não é um jogo onde você pode pausar o tabuleiro e voltar um pouco depois, de banho tomado, casa arrumada e uma taça de vinho na mão.”
Leia aqui minha história completa e como me reinventei após fracassar.
#2: Você não deveria abrir uma empresa
Chris Toya, empreendedor e investidor, compartilha sua visão de uma forma crua e honesta. Esta conversa eletrizante com quem não tem medo de matar seus negócios te mostra porque nem todos devem empreender - e tudo bem.
Também, que é o apego - somado a uma governança pobre - que leva ao fracasso. A principal lição? Empresas são máquinas impessoais, e colocar sentimentos à frente de fatos é uma armadilha.
Três Insights:
Empreender por status ou dinheiro é um caminho perigoso (e vazio).
É preciso saber o momento de parar, se não é o negócio que corre o risco de ‘matar’ o empreendedor.
Você vai fracassar sempre que não apostar em governança.
Um destaque:
“Vender um sonho impossível leva à falha e ao fracasso. Isso criou uma geração de empreendedores frustrados, por que o chegar lá que narravam para si mesmo e para o mercado não existe.”
Confira o check-list anti-fracasso criado por Chris aqui.
O empreendedor Christopher Toya. Imagem: Linkedin.
#3: 1 Mercado Bilionário e 0 Clientes
Flávio Steffens, pioneiro em falar sobre fracasso no Brasil, fundou uma startup que criava sites para construtoras. Apesar de um mercado bilionário e um produto pioneiro, não conseguiu 1 cliente.
A principal lição? Validar o problema antes de criar a solução é tão essencial quando validar o mercado. Às vezes, é ele que não está pronto.
Três Insights:
Sem conexão com o problema ou conhecimento de mercado, você fica muito longe da dor do cliente.
A cegueira mercadológica leva ao fracasso.
Não mire somente em quem chegou lá, aprenda com quem está em jornadas parecidas.
Um destaque:
“Sucesso não tem fórmula garantida porque depende muito do contexto específico de cada negócio. E aí que mora o perigo.
Você pega só o passo a passo daquele sucesso e quer aplicar na vida real. Só que isso não existe.
Não é replicável. Já o fracasso sim, é replicável.
Se você repetir todos aqueles erros, você certamente vai fracassar. É infalível.”
Leia aqui como Flávio descobriu que o mercado nem sempre está pronto para inovações.
Flávio Steffens é pioneiro em falar sobre fracassos no país. Imagem: ZH.
#4: A Primeira Brasileira a Empreender na Tailândia
Isa Gama fundou a Tours Phi Phi, uma startup de viagens na Tailândia, que começou informalmente como um grupo de Whatsapp e faturou mais de R$1 milhão em menos de dois anos. Fez tudo sozinha ou trocando serviços quando alguém na ilha topava resolver um problema em troca de viagens ou passeios grátis.
Fez história do outro lado do mundo. Mas, com o impacto da pandemia, encerrou as atividades. A principal lição? Saiba o que pode matar o seu negócio (mesmo em cenários que pareciam inimagináveis, como foi com a Covid).
Três Insights:
A máxima de “eu crescendo todo mundo cresce’ é uma falácia quando trata-se de parcerias.
Entenda as possibilidades do mercado antes de criar expectativas. Mesmo faturando 1 milhão, tentou buscar investimento e não conseguiu.
Saia dos bastidores e coloque a cara no mundo, para criar autoridade.
Um destaque:
“Quero contar o que aconteceu para ver se consigo entender que tem coisas boas em tudo o que fiz.”
Conheça a jornada de Isa e como se reinventar após uma parada brusca.
A empreendedora, escritora e palestrante Isa Gama. Foto: Linkedin
#5: Existe um Ponto de Não Retorno?
Felipe Massami Maruyama, doutor em empreendedorismo pela USP, pesquisador e especialista em inovação, estuda o ponto de não retorno em startups. Também fundou a FailHub, uma comunidade para compartilhar falhas e fracassos.
Foi uma das edições com mais insights por linha que já fiz, passando por gestão do conhecimento, tipos de incertezas, processo de falha e fluxos erráticos.
Uma das principais lições: A capacidade de reconhecer e mitigar ambiguidades, e como agir sobre estes desafios, é o que muitas vezes separa os empreendedores bem-sucedidos daqueles que fracassam. A visão de túnel cria uma abordagem randômica, escoando recursos, validando o que não dá certo e empilhando frustrações.
Três Insights:
Startups lidam com muita incerteza e inúmeras variáveis, e aí a engrenagem está mais propensa a desencaixes e erros.
É preciso desenvolver o músculo de tomada de decisão.
A importância de ter uma estratégia de saída e mentores que a apontem.
Um destaque:
“A falha é gerenciável. Não é um aspecto de “ah, aconteceu”.
Em fases como esta, é comum a ação pela ação. O empreendedor nem mais sabe o que está testando, só segue fazendo.”
Leia aqui como Felipe ajuda empreendedores a identificar o ponto de não retorno.
O pesquisador e especialista em inovação Felipe Massami Maruyama. Foto: Linkedin.
#6: Quando o Fracasso Bate à Porta
Douglas, um empreendedor experiente, abriu um restaurante em um shopping após uma proposta irrecusável de um grande player, dono de diversas franquias de sucesso.
O negócio faliu em menos de um ano, com dívidas e surpresas inimagináveis. A principal lição? Contratos claros são fundamentais; só confiança não resolve.
Três Insights:
Insegurança jurídica precisa ser impedimento para abrir as portas. Resolva todas as questões burocráticas antes do dia 1.
Não faça negócios com quem você não conhece bem.
Evite coisas a ‘toque de caixa’ porque sua lista de tarefas é alta.
Um destaque:
"Falas podem encantar, mas só ações sustentam um negócio."
Descubra como Douglas está se reinventando após o tombo.
Foto: Acervo pessoal
#7: Uma Captação de +R$150 Milhões
M., co-fundadora de uma startup que captou mais de R$150 milhões, viu o negócio desmoronar poucos meses depois. Enquanto trabalhava sem parar para estruturar a operação, confiava nos sócios mesmo quando algumas decisões poderiam ser questionadas.
A principal lição? Ter investidores de peso não garante salvação.
Três Insights:
Não ter visão clara do todo e apenas confiar é um risco.
Quem decide sobre o negócio precisa estar dentro dele.
A diferença entre ser sócio e "socionário" precisa estar clara.
Um destaque:
“Tem muito founder que acha que é sócio, mas na verdade é socionário.
Eu só me liguei depois”.
Leia aqui o que aconteceu quando a operação perdeu o controle.
A Failwise é um ode à jornada empreendedora e às pessoas corajosas que escolhem esse caminho.
Se há algo que aprendi ao longo dessas 27 edições, é que dá um baita orgulho olhar pra trás e ver o quanto a experiência pavimenta um futuro mais próspero. O problema é sempre o processo de parar e o tabu envolvido.
E é justamente por isso que precisamos falar mais, não menos sobre fechar um negócio. Menos estigma para quem vive e mais conhecimento compartilhado com o ecossistema. Um urgente ganha-ganha.
Link com todos os cases:
1. E-commerce de vestidos de noiva
2. Treinamentos para certificação de correspondente bancário
3. Marca de moda plus-size
4. Franquia de restaurantes
5. Startup de gestão de frotas
6. E-commerce de nicho criado com influenciador
7. Bike sharing que competiu com os grandes
8. Rede social para pais
9. Por que você não deveria abrir uma empresa -
10. História do pioneiro em falar de fracassos no país
11. Uma agência de propaganda que parou no auge
12. Deeptech da área de alimentos
13. Startup de beleza com $ ‘infinito’
14. Consultoria de inovação que pivotou para atender C-levels
15. Existe um ponto de não-retorno? Um pouco da tese de doutorado de um pesquisador em empreendedorismo
16. IA assistente de projetos
17. Agritech de mapeamento de lavouras
18. Turismo - Primeira brasileira a empreender na tailândia
19. Co-founder que não virou sócio
20. Empreendedora solo em marketing digital que superou alguns fracassos
21. Cupons em notas fiscais
22. Construtech - a startup que era uma feature
23. Primeiro supermercado 100% online do país
24. Criando uma categoria - harmonização de chocolate
25. Uma captação de +R$150 milhões
26. Uma decisão que matou a startup - fantasy game
27. Como um ecommerce morre
Em março, voltamos com cases inéditos.
Obrigada por me acompanhar!
Tem muita vida após o ‘não chegar lá’, o problema é o processo. Espero que esta edição tenha inspirado um pouco.
→ Sigo em busca de novos casos para contar. Me indiquem, principalmente startups de base tecnológica! :)
→ Finalmente tomei coragem de começar a contar as histórias em vídeo e você pode acompanhar no TikTok e Instagram. Vou adorar te ver por lá.
Nati.
Últimas histórias:
#26 | Uma decisão que matou a startup
#27 | Como um e-commerce morre
Próximas edicão: março.
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🔗 O que andei lendo e que pode inspirar você e seu negócio:
Modelo de Pitch Deck Série A para Aplicativos de IA. 💡
A verticalização de tudo com SaaS + IA. ⛓️
Por que tendemos a deixas as coisas como estão? O viés do status quo (em inglês). 🛑
Reflexão sobre o pensamento em hiperlinks: muitas abas abertas na mente ao mesmo tempo. 🔗
Verdades inconvenientes que descobri empreendendo em tech, de
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→ Esta história foi 80% escrita por inteligência real, não artificial. :)